Vamos ler juntos?

Você já participou de um clube de leitura? Sabe como funciona? Quais os benefícios? Segue por aqui que a gente te conta um pouquinho por que ler – e ler junto – pode ser tão prazeroso, interessante e transformador.

Se me fosse pedido para resumir a função de um clube de leitura, daria como possível resposta a epígrafe acima, presente no livro Os anos, de Annie Ernaux. Não se trata exatamente de uma função, nem de uma resposta, mas do que acontece em um clube de leitura. Clubes de leitura são acontecimentos. Gostávamos, precisávamos, nossas vidas. Escolheria essa epígrafe, sobretudo, porque é um nós que enuncia, e é também um nós que, durante os encontros sobre livros (sobre a vida), pode dizer: gostamos, precisamos. A subjetividade, singular e coletiva, habita a leitura, e a leitura habita a subjetividade. Hóspede e hospedeiro: leitura e subjetividade se habitam, se formam. A subjetividade é, pois, aspecto muito importante quando falamos em leitura.

Somos formados de leitura, na leitura e por ela, por isso nunca saímos de um livro do mesmo jeito que entramos nele. Alguns nos transformam muito, outros pouco, mas há sempre um deslocamento. Qual o seu livro preferido? Aquele livro que você nunca vai esquecer? Aquele que você recomendaria para alguém muito especial? Em um clube de leitura, as experiências de leitura, quando compartilhadas, se tornam aventuras vivas. Ler é sempre atravessar. E atravessar com o outro, torna tudo mais gostoso e instigante: é o nós que impera, não o eu. Aqui tudo conta: você pode compartilhar suas experiências de leitura, suas memórias, afinal um clube de leitura é um espaço afetivo. Um espaço plural de escuta e impressões.

Você pode experimentar tudo isso no clube de leitura da Percursos, que será mensalmente oferecido na livraria Caraíbas. Começaremos com um livro da autora francesa Annie Ernaux, O lugar. Publicado em 1983, o livro teve importante recepção no Brasil e é uma boa maneira de começar a conhecer o universo da autora ganhadora do prêmio Nobel de literatura, em 2022. Ernaux revisita sua infância e adolescência, através de sua relação com seu pai. A autora aborda questões como íntimo e público, questões de classe, a sua ascensão social, o seu lugar no mundo – e o faz a partir de sua relação com seu pai, do lugar que ele ocupava no mundo.

Além da Annie Ernaux, a gente também vai ler a ruandesa Scholastique Mukasonga, a guadalupense Maryse Condé e a também francesa Virginie Despentes. Quer saber mais? Entre em contato com a gente!